quinta-feira, 1 de maio de 2014

EM TEMPOS DE BANANAS, DEMOS "BANANA" PARA O PRECONCEITO!


Por Walmilson Barros


A questão levantada essa semana foi muito pertinente em tempos onde associações desventuradas levam ao questionamento se estamos fazendo a coisa certa. A tal # (Hashtag) da semana seria #somostososmacacos ou #somostodoscontraopreconceito.....#nãoaoracismo, coisas do gênero. É de surpreender que até renomados autores como Emir Sader  terem entrado na “onda” de Neymar.

Essa associação negro/macaco não é de hoje, historicamente sabe-se que a linhagem é bem próxima dos hominídeos com os primatas não humanos, o projeto genoma está aí para não  deixar dúvidas apontando a bagatela de em torno de 90% de parentesco biológico e fenotípico também, isso é incontestável cientificamente. A questão ao meu ver é: por que o tal torcedor europeu se acha menos “macaco” que o sul-americano brasileiro representado na figura de Daniel Alves? Ainda estamos na égide do IMPERIALISMO? Da diferenciação cognitiva de “raças” onde um é civilizado e o outro é “bárbaro”? Ao que nos parece essa ideia está longe de acabar. Será que este torcedor europeu sabe dessas informações? Questiono mais: racismo deve ser associado a falta de informação?



São muitos os questionamentos, mas uma coisa é bem clara: devemos urgentemente buscar nossas raízes históricas para nos apegarmos àqueles que lutaram pelo fim do racismo, a intolerância em suas diversas nuances, não posso crer que em pleno século XXI a banana me sirva como  símbolo de luta, não a #banananãomerepresenta. Assim fazendo, apenas estamos acentuando algo já arraigado. Diante tantas opiniões que foram trazidas à tona nessa semana de bananada a que foi mais direta ao assunto foi a  Douglas Belchior, o autor do artigo foi curto e grosso: ao comer a banana Daniel Alves estava dando uma “banana” ao preconceito por ela o atingir indiretamente, sendo ele um jogador bem sucedido financeiramente? O ato de comer foi impulsivo ao momento vivido? Como resposta o jogador falou para rirmos do possível retardado, ponho uma hipótese para ser camarada com este torcedor europeu. Mas, como bem questionou Belchior o racismo de fato existiu, mas ele é social e de classe, logo um jogador das condições atuais como Daniel Alves não teria as mesmas preocupações e enfrentamentos dos Josés e Joões dos subúrbios brasileiros ao se defrontarem com o racismo.


Dentre tantas ideias e opiniões e aproveitamentos da situação, leia-se políticos de plantão, a questão deve ser levada a sério do sistema universitário a conversa de bar, até por que no Brasil se escolhe ser negro ou não por questões fenotípicas e a cada minuto sofremos com todo tipo de racismo, não só nós mas os negros do mundo como um todo, ou paramos para pontuar essa questão ou essa será apenas mais um episódio dentre tantos que o sucederam.

"...a questão deve ser levada a sério do sistema universitário a conversa de bar..."


Um comentário:

  1. Excelentes considerações. Acredito que com a lei 10.639 / 2003 a educação poderá da passos largos contra o preconceito.

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