Por Walmilson Barros
Em qual caverna nos
encontramos? Qual realidade vivemos? A que vivemos ou a que queríamos viver?
Passamos por tempos difíceis onde nos refugiamos em uma infinidade de crenças,
valores, dogmas para nos afugentar da realidade, é melhor estar sempre drogado
a encarar a realidade nua e crua.
A filosofia antiga nos legou seus estudos no campo da
construção do conhecimento. A realidade vista de forma direta é vista por
muitos como algo idealizado. Desde os primeiros filósofos existe a tentativa de
compreender a realidade nos trouxe construções literárias fantásticas, tal qual
o foi o mito da caverna.·.
O filósofo consegue se desvencilhar das amarras que o
aprisionam e vai além, saí do óbvio e contesta a realidade pré-estabelecida,
porém, quantos de nós somos filósofos? O que será necessário para o sê-lo? Se a
filosofia é a junção das palavras gregas philo- gosto pelo saber e sophia-
sabedoria, como sairemos da caverna se não buscarmos o conhecimento. Mas de
qual conhecimento estamos falando?
Para responder tal pergunta reportemo-nos a Sócrates:
“conhece-te a ti mesmo”. Só conhecendo quem somos, do que gostamos, por que
temos tais atitudes diante de determinados fatos poderemos encarar a realidade
tal qual ela é... nua e crua. A caverna
em que cada um de nós vive foi muito bem representada na alegoria platônica do
mito da caverna. Quando o prisioneiro se liberta e sai de sua prisão ele se
depara com o novo, a claridade que ofusca sua visão e logo ele tem uma
vertigem, quantas vertigens teremos ao longo de nossas vidas? Esse novo
incomoda por que não estamos preparados para o novo, até que nos acostumamos,
somo seres adaptáveis, talvez o mais complexo de todo o sistema biológico.
Somos preparados para não pensar. A caverna na qual
habitamos representa o submundo da desinformação, da contrainformação, da
corrupção desenfreada, da falta de interesse pelo coletivo. Afinal, quando
sairemos da caverna?
Talvez nunca. Será
que ela tem saída? Os estudos nos mostram que àqueles que buscam o
conhecimento, que saem de seu mundo de influencia, que consegue se antepor ao
tempo e ao espaço que o delimita consegue enxergar aquilo que seus
contemporâneos consideram errôneo, faz com que seja àquele um subversivo, e
estes os donos do saber verdadeiro o levem a condenação assim como o fizeram
com Sócrates, com Cristo, com Mandela.
Existem muitas cavernas, para podermos dilacerar essas
pedreiras de nossas vidas dependerá do esforço de cada um em buscar aprimorar
sua visão de mundo, se livrar de preconceitos e formular conceitos novos para
contrapor ao passado fechado, em relação ao mundo atual cíclico.
José Walmilson do Rêgo
Barros
Graduado em Licenciatura
Plena em História pela Universidade de Pernambuco. Pos-Graduado em História e
Cultura Afro-Brasileira pela Universidade Católica de Pernambuco e Graduando em
Pedagogia pela Universidade Federal de Pernambuco.
Posso dizer com orgulho que o cara que escreveu isso foi meu professor... Meu mestre. E com ele aprendi a ver as coisas ao nosso redor de um modo mais crítico.
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