terça-feira, 2 de julho de 2013

A CAVERNA QUE HABITAMOS















Por Walmilson Barros


Em qual caverna nos encontramos? Qual realidade vivemos? A que vivemos ou a que queríamos viver? Passamos por tempos difíceis onde nos refugiamos em uma infinidade de crenças, valores, dogmas para nos afugentar da realidade, é melhor estar sempre drogado a encarar a realidade nua e crua.
            A filosofia antiga nos legou seus estudos no campo da construção do conhecimento. A realidade vista de forma direta é vista por muitos como algo idealizado. Desde os primeiros filósofos existe a tentativa de compreender a realidade nos trouxe construções literárias fantásticas, tal qual o foi o mito da caverna.·.
            O filósofo consegue se desvencilhar das amarras que o aprisionam e vai além, saí do óbvio e contesta a realidade pré-estabelecida, porém, quantos de nós somos filósofos? O que será necessário para o sê-lo? Se a filosofia é a junção das palavras gregas philo- gosto pelo saber e sophia- sabedoria, como sairemos da caverna se não buscarmos o conhecimento. Mas de qual conhecimento estamos falando?
            Para responder tal pergunta reportemo-nos a Sócrates: “conhece-te a ti mesmo”. Só conhecendo quem somos, do que gostamos, por que temos tais atitudes diante de determinados fatos poderemos encarar a realidade tal qual ela é... nua  e crua. A caverna em que cada um de nós vive foi muito bem representada na alegoria platônica do mito da caverna. Quando o prisioneiro se liberta e sai de sua prisão ele se depara com o novo, a claridade que ofusca sua visão e logo ele tem uma vertigem, quantas vertigens teremos ao longo de nossas vidas? Esse novo incomoda por que não estamos preparados para o novo, até que nos acostumamos, somo seres adaptáveis, talvez o mais complexo de todo o sistema biológico.
            Somos preparados para não pensar. A caverna na qual habitamos representa o submundo da desinformação, da contrainformação, da corrupção desenfreada, da falta de interesse pelo coletivo. Afinal, quando sairemos da caverna?


            Talvez nunca.  Será que ela tem saída? Os estudos nos mostram que àqueles que buscam o conhecimento, que saem de seu mundo de influencia, que consegue se antepor ao tempo e ao espaço que o delimita consegue enxergar aquilo que seus contemporâneos consideram errôneo, faz com que seja àquele um subversivo, e estes os donos do saber verdadeiro o levem a condenação assim como o fizeram com Sócrates, com Cristo, com Mandela.
            Existem muitas cavernas, para podermos dilacerar essas pedreiras de nossas vidas dependerá do esforço de cada um em buscar aprimorar sua visão de mundo, se livrar de preconceitos e formular conceitos novos para contrapor ao passado fechado, em relação ao mundo atual cíclico.

José Walmilson do Rêgo Barros
Graduado em Licenciatura Plena em História pela Universidade de Pernambuco. Pos-Graduado em História e Cultura Afro-Brasileira pela Universidade Católica de Pernambuco e Graduando em Pedagogia pela Universidade Federal de Pernambuco.

Um comentário:

  1. Posso dizer com orgulho que o cara que escreveu isso foi meu professor... Meu mestre. E com ele aprendi a ver as coisas ao nosso redor de um modo mais crítico.

    ResponderExcluir