“Por
outro lado, se renunciarmos ao nosso senso de segurança, e admitirmos ao nosso
senso de segurança, e admitirmos que este ser diante de nós é tão complexo,
único e misterioso como nós somos; é uma pessoa, e que essa pessoa existe
dentro de um contexto, então toda a natureza do encontro muda.”
O texto: A Consciência do Terapeuta nos
faz refletir sobre a importância de sermos nós mesmos durante todo o processo
junto ao nosso cliente. Enquanto Psicoterapeutas e/ou futuros Psicólogos, temos
que estar conscientes que nossas ações emergem de acordo com a direção que a
relação Psicólogo x Cliente irá tomando. O Psicólogo não é o “expert” da
situação, até porque, cada cliente traz consigo o seu mundo, portanto cada
relação se transforma em um novo encontro. Durante o curso sempre escutei que o
cliente que está nos livros, não é o cliente que vamos nos deparar a nossa
frente, e isto é fato. É necessário estarmos livres e não acorrentados a
pré-julgamentos, porém se faz necessário uma boa preparação e assim poder estar
inteiro durante o encontro com alguém que você nem ao menos sonha que existe,
mas ele existe e estará a sua frente despindo-se e dizendo que precisa de
ajuda.
Rogers nos diz: “Sinto-me
mais feliz simplesmente por ser eu mesmo e deixar os outros serem eles mesmos.”
De acordo com esta afirmativa podemos entender o quanto é necessário para um
terapeuta e/ou futuro da Abordagem Centrada na Pessoa ser ele mesmo e deixar-se
encontrar, e assim cliente x terapeuta tornam-se pessoa numa relação única e
singular, porém devemos nos lembrar que não sabemos quase nada sobre a natureza
de um ser humano vivo, como afirma Maureen Miller no texto. A consciência do
terapeuta deve ser ampla diante das diversidades trazida pelo seu cliente, pois
nem tudo parte do psicológico, portanto devemos nos apropriar da situação que
emerge. Concordo com a seguinte afirmação: “Com todos os milhares de volumes
escritos e publicados sobre o tema da condição humana, podemos, se desejarmos,
dar-nos a confortante ilusão de que entendemos nossa natureza.” Quando paramos
e refletimos sobre essa consciência do terapeuta e entendemos que não somos os
donos da verdade, percebemos que nós também criamos possibilidades de
crescimento junto ao nosso cliente, portanto esta consciência deve ser livre e
espontânea já que este encontro torna-se singular e acontece de pessoa para
pessoa.
O ser humano não é uma máquina, nós não
somos máquinas, o trabalho do terapeuta não acontece como apenas um copiar e
colar, o trabalho do terapeuta transcende seu corpo, sua escuta, seu olhar em
todos os sentidos. Segundo Heidegger: “A condição terrena do homem atual está
ameaçada em seu âmago. Mais ainda: a perda da condição terrena não é causada
apenas pelas circunstancias externas e fatídicas, nem tampouco consiste apenas
na negligência e superficialidade do modo de vida dos homens. A perda da
condição terrena provém do espírito da ética em que nascemos. (...) O
propriamente assustador não é o fato de que o mundo se torne cada vez mais
técnico. Muito mais assustador é o fato de que o homem não esteja preparado
para esta modificação do mundo, que nós não tenhamos condições de, numa
confrontação adequada, meditar ponderadamente sobre aquilo que ocorre, sobre
aquilo que propriamente acontece nessa época.” O terapeuta deve sentir-se
confortável e assim poder entrar poder entrar no mundo do seu cliente, livre de
quaisquer prejulgamentos partindo ta aceitação incondicional.
Érica Silva
ercsilvapsico@bol.com.br
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